O Ranking de Competitividade dos Estados e Municípios 2025, elaborado pelo Centro de Liderança Pública – CLP -, reposicionou Sergipe de forma inédita no cenário nacional. O Estado alcançou sua melhor marca histórica, subindo seis posições e chegando ao 12º lugar no Brasil, o que o coloca como o 2º mais competitivo do Nordeste, atrás apenas da Paraíba. Os dados são referentes ao ano de 2024.

Esse avanço não é fruto do acaso. Sergipe vem trilhando, desde 2023, um processo de transformação que combina investimentos em infraestrutura, melhorias na segurança pública e avanços sociais importantes. O destaque no pilar de infraestrutura, em que Sergipe foi o Estado com maior evolução, reflete obras rodoviárias estratégicas, investimentos em saneamento básico e melhorias na conectividade, fundamentais para reduzir gargalos logísticos e ampliar as condições de crescimento urbano e econômico.

Ao mesmo tempo, a segurança pública apresentou resultados consistentes, com quedas nos índices de homicídios e maior eficiência das forças policiais, fatores que diminuem custos, ampliam a confiança da sociedade e fortalecem setores como comércio e turismo. Ações direcionadas da Desenvolve-SE, na captação de investimentos e atração de empresas para o Estado, também são propulsoras dessa grande evolução que apresentamos.

Outro indicador simbólico é o de feminicídio, no qual Sergipe figura entre os três Estados com melhor desempenho do país, evidenciando que a competitividade também passa por políticas sociais de proteção e cidadania. Além disso, programas de capacitação e qualificação profissional, devendo ser destacado o Programa Primeiro Emprego, parceria do Governo do Estado com o Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, somados à expansão do ensino técnico e superior, têm reforçado o capital humano, criando bases para um desenvolvimento mais sustentável.

No plano municipal, Aracaju acompanha essa trajetória positiva. A capital saltou 35 posições e chegou à 150ª posição nacional no ranking de municípios, com 51,18 pontos, consolidando-se como a 7ª mais competitiva do Nordeste. O desempenho está associado a investimentos em mobilidade urbana, urbanização e governança, que reforçam sua condição de polo regional e ampliam a atratividade da cidade para negócios e serviços.

Por outro lado, Nossa Senhora do Socorro expõe o desafio da convergência. O município caiu 19 posições e ocupa apenas a 310ª posição nacional, mesmo registrando avanços em inovação e dinamismo econômico. Fragilidades em áreas como educação, saneamento e segurança ainda comprometem sua competitividade, assim como a falta de diversificação da economia, revelando a distância entre os ganhos obtidos pela capital e a realidade de cidades vizinhas. Essa disparidade reflete um problema estrutural: a dificuldade de fazer com que o desenvolvimento competitivo se espalhe de forma equilibrada pelo território sergipano.

A leitura desse cenário é clara: Sergipe demonstrou capacidade de planejar e investir com qualidade, escolhendo setores estratégicos que trazem retorno mensurável e alto volume de geração de empregos com carteira assinada.

A boa colocação no ranking é resultado de políticas consistentes e de maior integração entre Estado e municípios, mas também sinaliza a necessidade de fortalecer cidades de médio porte, como Nossa Senhora do Socorro, para que o avanço não fique restrito a áreas mais dinâmicas.

Aduz lembrar que cidades como Barra dos Coqueiros que não estão no ranking, devido ao fator populacional, têm apresentado evolução significativa. Entretanto, vemos São Cristóvão também saltando 41 lugares no seu posicionamento, chegando à 233ª posição no ranking nacional. Descola na grande evolução da qualidade da segurança pública, meio-ambiente e dinamismo econômico municipal.

Entendo que o salto sergipano no ranking traduz um movimento real de transformação, no qual infraestrutura, segurança e políticas sociais convergem para melhorar a vida da população e ampliar a competitividade. O desafio, daqui em diante, é consolidar essa evolução, distribuir os ganhos de forma mais equilibrada e garantir que Sergipe não apenas figure entre os mais competitivos do Nordeste, mas também se consolide como um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo para o país.